Vida. Brasília. Brasil. Não necessariamente nessa ordem. Não necessariamente nesses limites.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Projeto Cineme-se - "Tingele Tangele Bob" pelo projeto BerlinLOOPBrasil

Um curta interessante, mostrando diferentes interações com Brasília, que surgiram na cabeça de uns alemães criativos.




Este curta passou no último Cineme-se. Não sabe o que é Cineme-se? Não sabe que toda terça tá rolando um projeto de cinema no ASCEB 904 sul? Não sabe que o evento conta com entrada franca, exibição de filmes com produção local e discotecagem alto nível?

Caramba. Tem que se atualizar mais sobre Brasília, hein....

Brasilirismos e outros compostos - "Canções de Apartamento" por Cícero

Cícero Lins. Esse cantor já não é novidade para muitos. Mas como a música é boa, vale a pena a dica. A música do cantor carioca oferece alegrias singelas misturadas com melancolias bem vividas.




Cícero assume abertamente influência que a banda Los Hermanos teve sobre sua obra. Inclusive teve parcerias com Marcelo Camelo em um de seus trabalhos. Quem gosta do estilo de música (se já não conhece) certamente vai curtir o trabalho do cantor.


Seu primeiro disco foi gravado todo em seu apartamento e o próprio cantor o disponibilizou para download GRATUITO (!!!) em seu site. Aliás, o cantor lançou ano passado outro disco, chamado Sábado, também com download livre. Mas para começar a conhecer o trabalho dele, sugerimos o primeiro trabalho do cantor "Canções de Apartamento", que é mais comercial e menos intimista para quem não é acostumado ainda ao estilo. E se curtir, baixe também "Sábado".


Site oficial com download de músicas.





quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Programação do Carnaval de Brasília

Programação de carnaval candango. Festas, bailes e blocos que você provavelmente não ouviu falar. Porque Brasília tem sim um carnaval incrível. Compartilhem!


Programação do Carnaval de Brasília

Programação de carnaval candango. Festas, bailes e blocos que você provavelmente não ouviu falar. Porque Brasília tem sim um carnaval incrível. Compartilhem!


quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Brasilirismos e outros compostos - "Foi no mês que vem" de Vitor Ramil

Vitor Ramil é daqueles artistas que já tem uma longa estrada, e dá até vergonha não ter conhecido antes. Suas músicas já foram gravadas por Gal Costa, Maria Rita, Tetê Espíndola, Mercedes Soza, entre outros.


Com carreira desde os anos 80, Vitor ainda presenteia o Brasil com sua obra até hoje. E é coisa da melhor qualidade. "Foi no mês que vem" é daqueles cds arrebatadores, que consegue mesclar simplicidade  com poesia pura e melodias.


Não é à toa que nomes como Milton Nascimento e Ney Matogrosso quiseram abrilhantar ainda mais o trabalho, ao se unir ao Vitor em algumas músicas. Vitor Ramil é paixão pra vida inteira.


Site Oficial

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Brasília com amor. Muito amor.












"Eles se amam de qualquer maneira, vera
Eles se amam e pra vida inteira, vera
Qualquer maneira de amor vale o canto
Qualquer maneira me vale cantar
Qualquer maneira de amor vale a pena
Qualquer maneira de amor valerá"
                     Milton Nascimento

"O que te preocupa te domina"



O professor Haddon W Robinson afirmou uma vez que "O que te preocupa te domina."
Tenho para mim que essa é uma das verdades maios universais do mundo, pois viver com medo de alguma coisa já é viver dentro do universo desse problema. Assim, alguém com medo de traição, vai vislumbrar essa hipótese a todos os momentos. Alguém com medo de ser considerado ridículo, vai se ver cercado dessa possibilidade o tempo todo. Ter medo de morrer te bloqueará uma série de coisas que te fazem viver. Quando dedicamos nosso pensamento a algo, somos levados inteiro juntos, afinal corpo e mente estão sempre de mãos dadas.

E aí eu te pergunto, que tipo de pensamento você tem cultivado?

*

Os chineses já sabiam... Há um provérbio chines que diz:  "Que os pássaros da preocupação e tensão voem ao redor de sua cabeça, isso você não pode mudar. Que eles façam ninhos em seus cabelos, isso você pode impedir."


terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Brasilirismos e outros compostos - "Zulusa" de Patrícia Bastos

Pra quem gosta de MPB, eu afirmo, sem a menor preocupação de errar, que Patrícia Bastos significa um grave risco de paixão à primeira ouvida.



Graças à lista dos 100 melhores álbuns brasileiros de 2013, elaborada pelo site Embrulhador (vale muito a pena conferir a lista inteira) eu topei com essa artista, que aliás está em merecidíssimo 1º lugar.

A artista, nascida no Macapá, traz toda a força da região norte para sua música. Seu álbum Zulusa nos presenteia com canções que passeiam pelo regionalismo da região, misturando batuque, marabaixo, carimbó, zouk, cúmbia, guitarrada, fado portugês, entre outros.

Sua voz suave, no meio de divertidas canções que mostram um lado do Brasil geralmente desconhecido, levam o ouvinte à uma viagem deliciosa por nossas próprias raízes.

Patrícia Bastos faz a gente sentir mais orgulho de ser Brasileiro, e toca no fundo da alma. Tá esperando o que pra conhecer?


Ouça mais canções da cantora em seu SoundCloud.

Para mais informações, visite o site oficial da cantora.


Atenção Brasília e admiradores do seu céu, usem filtro solar.

Paulo Montego/R7

Sim, nós temos o teto mais maravilhoso de todos. E fazemos questão de, sempre que podemos, ficar hipnotizados pelo céu azul de nuvens doidas da capital desse país.

Mas é necessário ficar ligado. Saiu uma nova pesquisa que indica que os níveis de radiação no Brasil são ainda maiores do que se pensava. E pelo mapa divulgado, o planalto central junto com o sudeste parece ser uma das regiões mais críticas em termos de incidência solar.



Percebeu-se que os cuidados devem ir além do "não se expor ao sol entre 10h e 15h". As informações que davam base para esse conselho vinham todas de pesquisas feitas na Europa e Estados Unidos. Agora que foi feita uma pesquisa no Brasil, pela Unifei, foi percebido que a situação aqui é mais delicada. 

É necessário que todos usem protetor solar de fator mínimo 30, reaplicados a cada 2 ou 3 horas (e não, não estou sendo patrocinado por empresas de cosméticos - Mas alô empresas que queiram mandar protetores de graça, tamo aí!) e evitem ao máximo exposição ao sol nos horários de maior claridade. 

*

Sei que quando se fala em possíveis doenças, como câncer de pele, muitas pessoas banalizam a preocupação e deixam passar. Então vou levantar um ponto que dói mais em alguns: a vaidade.
A exposição inadequada ao sol, como se não bastasse o possível câncer, causa diversos danos que levam ao envelhecimento precoce da pele.

 A imagem abaixo é de um caminhoneiro que sempre pegava mais sol de um lado esquerdo do rosto, durante 30 anos, por conta de seu trabalho. Vejam e tirem suas próprias conclusões. 


As árvores também somos mim.





E aí está você, do alto da sua inteligência, criticando a tal inclusão digital e destilando veneno contra quem escreve ou fala errado. Desqualifica a pessoa porque a conjugação passou longe da norma formal. Ironiza a falta de concordância dos termos. E nunca tem a intenção de corrigir, só de criticar.

Então, já pensou que essas pessoas simplesmente não têm culpa pela maneira como falam? Que ela não foi tão privilegiada em seu ensino, como você provavelmente foi? Que talvez ela não tenha a oportunidade de ler tanto quanto você? Ou que talvez o tempo dela para se preocupar com educação esteja esmagado pelo tempo que tem que trabalhar para ganhar algum sustento? Ou mesmo que, tendo todas essas oportunidades, a pessoa simplesmente tem dificuldade para lembrar e interiorizar essa tal construção "correta"?

E aí você me diz que sim,, já tinha pensado nisso? E simplesmente ignora tudo e continua nessa posição de superidade falando porcaria pelos cotovelos? Tudo bem, o pobrema é seu, que fica irritado e irritante à toa.

Porém, eu acho que a pessoa que fala errado não é a verdadeira limitada da situação.



domingo, 16 de fevereiro de 2014

Oh vida.

A beleza da vida está na possibilidade de ela se reinventar o tempo todo. Lugares ganham novas percepções. Músicas ganham novos sentidos. Pessoas ganham experiência. E mesmo que às vezes tudo indique o contrário, há a certeza de que nunca há apenas uma possibilidade para ser feliz. 

Pode até ser muito raro que a sorte sorria para alguém. Mas a felicidade não, ela está ali, esperando apenas que você dê um sorriso pra ela, para que ela lhe retribua um sorriso mais bonito ainda. Mas não adianta só ficar esperando. Diferente da sorte, a iniciativa tem que vir de você. Ninguém é feliz sem querer ser.

Hoje tem! - Invasão Baiana no CCBB e Tutti-Frutti.

Domingo é também dia de curtir Brasília.

*

Ou melhor, a Bahia em Brasília.

O CCBB encerra hoje o festival Invasão Baiana. E pra fechar com chave de ouro, à partir das 17h tem Letieres Leite & Orquestra Rumpillez, Lucas Santanna e Baiana System. Tudo isso com entrada FRANCA.

Música Brasileira de qualidade do tipo que não se ouve em qualquer lugar. E eu vou te falar que vale MUITO a pena!

Espiadinha:


*

Para quem curte um esqueminha mais cedo e tranquilo, hoje também tem a deliciosa Tutti-Frutti Sabores Sonoros, no Jardim Botânico de Brasília. Gente, o Jardim Botânico é incrível. O pessoal que organiza é incrível. O som vai ser incrível. Tem erro não. Vá lá!

*

É ou não é pra levantar, se sacudir e parar de falar que Brasília não tem opções?

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Indecisão.



Pronto, resolvido!

Visões de Brasília 02

Tapume no Sia.

Segunda também tem! - Criolina Dancemus Et Rebolemus

É com admiração de fã e orgulho de brasiliense que falo sobre o Sistema Criolina.



Segundo eles, "Música do mundo. Ritmos latinos, caribenhos, africanos, brasileiros... Da guitarrada paraense à cumbia colombiana, do tambor maranhense ao violino do leste europeu, do kuduro angolano à metaleira amazônica, música dançante do mundo e do Brasil."

É dificil definir o que eles são, mas basta saber que o nome deles está por trás das iniciativas mais bacanas que movimentam a cidade, dando novos ares para Brasília e apresentando coisa nova pros candangos.

Porém não basta organizar as melhores festas, ou ter o bloco de carnaval mais divertido (graaande Aparelhinho), essa galera lançou no ano passado o projeto Space Night Love Dance Laser, com referências bem brasileiras misturadas com sopros e pegadas eletrônicas, de um jeito único como somente eles fazem.


O projeto já teve até turnê internacional e conseguiu emplacar a 76ª posição dos 100 melhores discos brasileiros de 2013, segundo o site Embrulhador. Minha alma brasiliense se arrepia ao ouvir um tecnococo com a letra: "Chove no eixão, mas não chove no eixinho", ou então a divertida música "Pequi week bar". 

E nessa segunda feira dia 17, tem apresentação do projeto na tradicional segunda do Calaf. Pra quem torce a cara por conta do dia e horário, vale até dar uma dormida antes de ir, pra poder curtir sem dó as melhores viagens musicais, do interior do brasil para o resto do mundo. Se segunda é dia de mudança, então porque não conhecer algo novo? Afinal, segunda também é noite! 

Obs. Este post não foi patrocinado por ninguém, mas foi pago com dezenas de horas de entretenimento e vontade de ver mais gente se divertindo e boas iniciativas dando certo. Valeu Criolina! Não para não!



Para conhecer mais:

Então vá! - Cachoeiras do Indaiá

Essa aqui vai pra lista de: "Como assim você não conhece?!?".



 A cerca de uma hora de distância de Brasília, é quase um pecado não conhecer esse local. Uma série de cachoeiras (cachoeirões, cachoeiras e cachoeirinhas) que se localizam no Rio Itiquira, próximo ao município de Formosa. Saindo de Brasília, porém, não precisa sequer passar pelo município para chegar.

O local não é inimigo dos que tem preguiça desse tipo de programa. O principal poço para banho fica a menos de 10 minutos de caminhada do estacionamento, e parte do caminho ainda é pavimentado com umas pedrinhas. Logo que se chega ao rio existe um local com boa vista (bom pra fotos) e espaço pra descansar. Durante a caminhada, é possível ver nascentes de água que descem os morros e se juntam ao rio. 

Quem chegar cedo e der sorte, ainda consegue ver a revoada de andorinhas (confere andorinhas, produção?) que moram nas pedras de uma das cachoeiras. Chega a parecer uma espécie de redemoinho de pássaros, coisa de tirar o folego. (Sim, eu fiquei tão de cara com o negócio que nem dei conta de tirar foto, mas na foto que abre o post dá pra ver algumas delas).

É possível nadar até debaixo de uma parte da cachoeira e receber uma das massagens mais revigorantes que se tem notícia no planalto central.



Para os mais corajosos e amigos de trilha, é possível, a cerca de 1h30 de caminhada razoavelmente tranquila, chegar na beira do abismo do Itiquira, de onde você vê de cima (perca o fôlego de novo!) uma das maiores quedas do Brasil - 168 metros de queda livre, que merecem um post próprio depois.

Como chegar:


Exibir mapa ampliado

Dicas.

1- Protetor Solar.
2 - Comida.
3 - Chapéu
4 - Canga - além de dar uma boa toalha e funcionar como lugar pra deitar, ainda pode servir na trilha para fazer mais sombra no corpo e se proteger das plantas mais chatas durante o caminho (tem uns bambuzinhos que vou te contar...)
5- Fique de olho, lá tem uma espécie de borboleta azul incrível, que deu as caras nas 5 vezes que eu visitei a cachoeira.
6 - Sempre peça mais informações aos funcionários do local.





Brasiliarium

Brasília é planalto central. É arte. É mística. É natureza. É centro do poder. É encontro de culturas. É um céu lindo. É fugir do mesmo. É planejamento se fundindo com espontaneidade. É minha, e eu dela.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Visões de Brasília 01

Visão da janela do anexo do Ministério da Fazenda, esplanada dos ministérios.

Gratidão

"Gratidão significa que a energia recebida deve ser devolvida."

Esta imagem apareceu no meu caminho, me pegou de supetão e fez meu dia mais feliz. Nunca tinha visto uma definição tão bonita, simples e funcional para gratidão. Precisei registrar e, lógico, passar adiante.

Ser grato vai muito além da "quase obrigação" de se dizer 'obrigado'. Essa palavra já perdeu o seu sentido real e transformou-se em mera questão de etiqueta, educação e convenção social. 

"Nossa, eu fiz aquilo por Fulano e ele não falou nem obrigado." 
Pense direito se você acha que é realmente este o sentido de gratidão.


O real significado de ser grato reside na percepção da beleza de um gesto de maneira que se queira que este ato continue seus efeitos. Assim, a gratidão pode ser manifestada em outro ato de bondade para quem o originou, ou pode ser uma nova atitude em relação a outras pessoas.

Nós só somos gratos por aquilo que nos faz bem. Agir com verdadeira gratidão diante desses acontecimentos é o que permite que eles se multipliquem e alcancem um bem para mais pessoas ainda. É aquele grandiosa frase do Profeta Gentileza:



Receber um ato de gentileza, nos bota pra cima, e nos torna mais dispostos a ser gentis com o próximo que cruzar nosso caminho.

As ações ruins não geram originalmente gratidão, e por isso não deveriam ser passados adiante. Porém, o mau humor gerado por algumas dessas ações parece encontrar terrreno fértil em algumas pessoas, que conseguem multiplicar suas carrrancas por aí. Nossa mídia multiplica notícias ruins, nossas conversas enfatizam desgraças do dia-a-dia e nossas piadas fazem graça de quem se dá mal.

Quem consegue perceber esses efeitos, já deve ter percebido que não é impossível quebrar essa rede de "desgracinhas", revertendo o quadro, ou pelo menos não o alimentando-o.

Estava conversando com amigos a respeito disso. Um deles me deu um ótimo exemplo que aconteceu em sua vida. Tinha acabado de se envolver em uma batida de carro, daquelas confusas em que não se sabe muito bem quem foi o verdadeiro "culpado". O outro motorista, já desceu vermelho do seu carro, gritando palavrões e ameaças. Meu amigo respirou fundo, esperou o sujeito se livrar daquela lufada de xingamentos, e falou: "Olá! Me desculpe pela batida, tenho seguro, podemos resolver isso. Alguém se machucou? Como você está? Tá tudo bem?". Isso desarmou o cara, que levou ainda alguns segundos pra se recuperar do seu mau humor e ver que as coisas estava bem de verdade. E pronto, acabou ali uma possível sequência de negativas e carrancas.



Os mais evoluídos conseguem até ser gratos por acontecimentos ruins, mas que os fazem tirar novas lições e aprendizagem da vida. Estou longe de conseguir algo assim, mas a perspectiva da prática da gratidão me ajuda a ver que não é tão impossível atingir este estado, ou algo próximo a ele.

Passamos a maior parte do dia sendo passivos em relação a vida. Nos limitamos a receber e, vez ou outra, transmitir as coisas como nos acontecem, sem aplicar conhecimentos ou um senso crítico a respeito delas. Elos de uma corrente a mercê dos humores do ambiente. Porém, podemos admitir que nosso papel como elo dessa corrente pode ser expandido, negando passar adiante o que não será produtivo para os outros e impulsionando o que pode ser mandado de bom.

Dizem que só podemos dar o que temos. E é a gente que escolhe o que possuir, sem esquecer de sermos gratos por isso.


Quem sou eu?

“Oh homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás os deuses e o universo.”




Está aí uma das perguntas mais complicadas de se lidar. Quem somos. Ou o que somos. É a pergunta do ponto de partida para o auto-conhecimento. Vivemos em uma época em que as posses das pessoas são utilizadas para definir quem somos. Ao mesmo tempo, somos estimulados a trocar nossas posses sempre que algo novo surge. Assim, nossa busca pela identidade se perde em uma dicotomia:  ter ou não ter. O que no fim das contas não ajuda ninguém a saber quem é.

Existe todo o desconforto do questionar o que se é, e não ter a menor idéia de um ponto de partida para a resposta.. É o derradeiro momento em que se depara com uma espécie de vazio existencial. Por conta disso, se preencher de posses e se confundir com elas parece ser uma maneira confortável de evitar preocupações diretas com este vazio. Mas também parece uma maneira de ficar se distraindo, enquanto a vida passa e se espera pelo fim.




Gosto de pensar, na minha maneira leiga de entender o que diz a física, que tudo é de fato energia. E sendo esse padrão verdade, eu também sou energia. Como tudo está em transformação, na verdade sou um fluxo de energia. A energia que fazia parte de mim de ontem foi mandada para diversos locais, como o trabalho que eu realizei, os abraços que eu dei, as células mortas que ficaram pelo caminho, os restos dos alimentos. E hoje sou nova energia, que veio de outros lugares e da qual uma parte está indo para este texto que eu escrevo. Logo, eu não sou só energia. Mas um tipo de fluxo de energia que consegue definir para onde mandar mais energia ainda.

De repente faz sentido aquele dito popular a respeito do homem se tornar eterno/completo a partir do momento em que planta uma árvore, escreve um livro ou tem um filho. Vejo nisso um enorme lançamento de energia que irá manter um pouco da energia que a lançou. Uma espécie de eco repetindo a intenção original da pessoa, e que, como ambos são mera energia, se confundirá com a existência da própria pessoa. Se eu plantei uma árvore, e dediquei grande parte da minha vida para ela, entregando minha energia e esforços, quem irá me dizer que parte de mim não foi parar ali?


Perante a idéia de sermos energia moldando energia, ou melhor, energia direcionando mais energia, me parece adequado pensar que somos uma espécie de portal que tem a capacidade de direcionar para onde vai cada coisa que passa por nós. Nesse constante fluxo, o que nós mandamos se confunde com o que somos. Se eu mando boas energias, as pessoas começam a falar: “Taí, você é um cara bom”. O que fez de mim um cara bom não foi exatamente quem eu sou, e sim as coisas que eu faço, ou melhor as energias que eu mando.

Essas energias enviadas são feitas a partir do que pensamos e nos dedicamos a fazer. Antes de qualquer atitude, os fatos e possibilidades são consideradas pela nossa mente. Então ela é uma espécie de entidade controladora do portal. A maneira como olhamos, como sentimos e como interpretamos é que define como agiremos. Posso então não saber exatamente quem eu sou, já que isso parece impermantente, efêmero e variável demais; mas sei que é na minha mente que ocorre todo o processo do quem eu sou.

Para mim, o mais incrível de tudo é perceber o quão grande é a parte desse processo que está por nossa conta. Nossos hábitos, nossos costumes e nossa visão de mundo influenciam em todas as nossas atitudes e maneiras de pensar. Parece bobo, mas tentar ser otimista faz sim um grande sentido quando se busca a melhora na qualidade de vida. Porque se eu estou pensando o otimismo, parte de mim está emitindo este otimismo.

Dia desses, eu voltava de uma festa que durou a madrugada inteira. Já era de manhã, e eu estava extremamente mal humorado e incomodado com o sol na minha cara. A primeira metade do caminho foi repleta de xingamentos e pragas que eu lançava por ter que aguentar aquela luminosidade direta no rosto. Foi então que me deu um estalo. Eu não podia mudar o sol; e praguejar não resolvia nada, pelo contrário, apenas me afundava mais ainda naquele estado de mau-humor. Resolvi olhar para o céu com outros olhos, vendo que o azul estava bastante bonito, e que aquele calorzinho na cara poderia até ser agradável. Fiquei feliz por aquela manhã. Essa pequena mudança, mudou o meu dia. De repente eu fiquei alegre e alto astral. Passei de uma pessoa negativa para uma pessoa de bem com o momento e alegre. Cheguei bem humorado em casa, e tive boas conversas com meus pais e meus irmãos. Eu mudei quem eu era, ou quem eu “estava”, justamente pela mudança da mente.

Eu sei que o exemplo é bobinho mesmo, mas eu o acho incrivelmente grandioso. Porque ele mostrou que é possível adequar não a situação a si, mas si mesmo a situação, da maneira mais positiva o possível. E mais legal ainda: a medida que nos adequamos positivamente, nosso feedback se torna melhor, e a influência que exercemos passa a ser útil para beneficiar mais ainda o ambiente. É o Tostines vendendo mais por ser fresquinho, e sendo fresquinho porque vende mais.

Na minha visão, ainda é difícil responder completamente ‘quem eu sou’. Mas parte dessa pergunta eu sei responder: quem eu estou. E se eu ‘estiver’ de determinada maneira grande parte do tempo, sei que é mais ou menos assim que eu ‘serei’.

Porque eu sou aquilo que estou pensando e o que eu estou sentindo. E à medida que me controlo, eu posso ser aquilo que eu quiser.